Neste trabalho, são analisadas as transformações na rede urbana da Amazônia Legal, com o objetivo de compreender o papel e a organização dos centros urbanos com diversas dimensões funcionais entre 1960 e 1990. O autor mostra o papel da urbanização na Amazônia como “elemento-chave da estratégia de ocupação promovida pelo Estado, pelo capital nacional e internacional” (p. 370). Ele também destaca que as políticas oficiais de desenvolvimento e as transformações no sistema viário criaram novas hierarquias urbanas.
Quando analisa o papel funcional dos núcleos urbanos, o autor opta pela análise de três tipos de interações espaciais geradoras de redes, todas propostas por Miossec (1976): a de produção, a de distribuição e a de gestão.
Apoiando-se em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), selecionou as cidades com mais de cinco mil habitantes, em 1991, para serem analisadas segundo a participação nesses três tipos de interações na rede urbana pesquisada.
Buscando responder como se encontra a rede urbana na fronteira, nos dias atuais, o autor, baseado em diversos pesquisadores, destaca que o crescimento demográfico da Amazônia, nos últimos trinta anos, ocorreu de fato na cidade, embora tenha sido impulsionado pela expansão da fronteira agrícola.
A partir da diversidade encontrada, ressalta que as cidades participam de numerosas redes geográficas na região estudada, que tornaram a organização do espaço, ao mesmo tempo, fragmentada e articulada, ressaltando, assim, a importância do estudo dos vários papéis desempenhados pelas cidades.
Notas Bibliográficas
RIBEIRO, Miguel Ângelo. A rede urbana amazônica; da rede dentrítica à configuração de uma rede complexa. In: SPOSITO, Maria Encarnação Beltrão (org.) Urbanização e cidades: perspectivas geográficas. Presidente Prudente: [s.n.], 2001, p.369-389.