Londrina é uma cidade localizada no norte do Estado do Paraná, com 575.377 habitantes (IBGE, 2021). Fundada em 1929, foi elevada à condição de município em 1934. Teve como atividade principal atividade, a economia cafeeira, constituindo um centro produtor e comercializador de café até os anos de 1970. Desde então, houve um processo de modificação de culturas, mecanização do campo e intensificação da migração rural-urbana, fato que acelera o crescimento urbano de Londrina.
Deste período em diante, passaram a ser erguidos prédios altos, iniciando o processo de acelerado de verticalização, que atribui à Londrina, características bastante particulares, passando de 60 edifícios no período de 1971-1980 para 1174, no período de 1991-1996.
Com isso e com o avanço das relações econômicas, que dinamizam a localização e as formas das atividades funcionais urbanas, temos a configuração da forma da Londrina contemporânea. Londrina é constituída pela concentração elevada de estabelecimentos em seu Centro Principal, fato que conduziu ao processo implosão-explosão – e, consequentemente, à descentralização e redefinição da centralidade, reorientando o processo de estruturação urbana, por meio da valorização de novas áreas e ampliação da segmentação, da segregação e da fragmentação do espaço.
Tem-se, portanto, um processo resultante da forma adquirida, de acordo com o processo que a originou, ou seja, de raízes históricas, desde a concepção do plano que cerca o Centro Principal, de área reduzida e ruas estreitas, por avenidas de fluxo intenso (intra e interurbano), como a Juscelino Kubitscheck, a Leste Oeste e a Duque de Caxias. Assim, o Centro Principal, após o acelerado crescimento urbano dos anos de 1970, expandiu-se, desdobrou-se, redefinindo sua centralidade e permitindo o surgimento de novas áreas centrais, como subcentros, eixos especializados, shopping centers etc.
A partir dos anos de 1990, passa a receber transferências industriais de São Paulo, ingressa no processo de reestruturação das cidades que já era sentido nas metrópoles há algumas décadas, apresentando modificações nos fluxos de diferentes naturezas e na lógica de ordenação espacial, sobretudo, pela redinamização dos sistemas de transportes coletivos e individuais.
Há a presença de forte articulação regional a partir da oferta de cursos de graduação e pós-graduação em diversas áreas, comércio e serviços relacionados ao agronegócio e de bens mais sofisticados, como automóveis, vestuário destinado às elites, artigos de decoração etc. Destaca-se a presença de formas espaciais como os hipermercados, loteamentos fechados etc.
Livro
Agentes econômicos e reestruturação urbana e regional: Campina Grande e Londrina. Denise Elias
Maria Encarnação Beltrão Sposito
Beatriz Ribeiro Soares
(Org.) – 2013.
Tese
William Ribeiro da Silva
Para além das cidades: centralidade e estruturação urbana: Londrina e Maringá
Ano: 2006
Artigos
SILVA, W. R.. Novos Centros, Novas Centralidades, Novas Diferenças. A fragmentação do espaço urbano de Londrina. Geografia (Londrina), Rio Claro, v. 29, n.1, p. 55-70, 2004.
https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/ageteo/article/view/842
MELCHIOR, L. ; SILVA, W. R. . Análise das moradias precárias em Londrina-PR. Scripta Nova (Barcelona), Barcelona, v. IX, n.194, p. 28, 2005.
http://www.ub.edu/geocrit/sn/sn-194-28.htm
SILVA, W. R.. A Formação do Centro Principal de Londrina e o estudo da centralidade urbana. Geografia (Londrina), Londrina, v. 12, n.2, p. 20-46, 2004.
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/geografia/article/viewArticle/6669
SILVA, W. R.. Fragmentação do Espaço Urbano de Londrina. GEOGRAFIA (LONDRINA), UEL/Londrina, v. 10, n.1, p. 5-14, 2001.
http://www.uel.br/revistas/geografia/v10n1.pdf