EIXOS TEMÁTICOS

Centro, centralidade e rede urbana

Questões fundamentais a serem enfrentadas

O Eixo Centro, centralidade e rede urbana é pensado na perspectiva interurbana e intraurbana, o que condiz com a proposta teórico-metodológica apresentada anteriormente.

O mesmo visa aglutinar a perspectiva de análise da maneira como se encontra o processo de estruturação das cidades, com vistas à análise da formação e caracterização dos centros e das diferentes expressões da centralidade urbana com suas evidentes inserções e vinculações na rede de cidades.

No que diz respeito à rede urbana, esta será estudada a partir das suas relações inter-regionais mediatizadas pela existência de uma hierarquia-heterarquia das cidades, bem como da estrutura de classes que leva a uma desigualdade espacial. 

Destaca-se o entendimento dos processos espaciais: centralização, a descentralização, a (re)centralização, a segregação residencial, a fragmentação socioespacial e a gentrificação de áreas centrais, relativando-se inclusive o par centro-periferia. Desta forma, serão consideradas as centralidades intraurbanas-interurbanas (considerando que esta pode superar os limites administrativos municipais) tradicionais, diferentes e novas expressões da centralidade urbana, concentradas ou dispersas nos territórios das cidades.

Desta maneira, neste eixo tratar-se-á das escalas conceituais dos espaços intra e interurbanos, buscando identificação das matrizes teórico-conceituais, em especial, às cidades médias. Tal fato, inclusive, merece destaque pela raridade de materiais produzidos na tradição da área, particularmente no que diz respeito às cidades médias.

Objetivos neste Eixo

Discutir os conceitos relativos à produção e à organização dos espaços urbanos tendo as cidades médias como foco principal;

Identificar e descrever o uso do solo dos centros das cidades;

Verificar as mudanças na conformação do centro das cidades em duas temporalidades, uma em torno dos anos 1950/1960 (pós-guerra, boom da urbanização/industrialização, modelo rodoviário, etc.) e outro pós 1990 (marco do surgimento dos shopping centers, grandes redes do varejo, etc.);

Averiguar o papel das elites locais na reconfiguração do espaço urbano nas mudanças do centro; 

Estudar os processos que deram origem às formas espaciais centrais das cidades médias de forma diacrônica, como também na perspectiva sincrônica no conjunto das cidades pesquisadas;

Discutir os papeis das áreas centrais na inter-relação intra e interurbana – centralidade do espaço urbano e do espaço regional (hinterlândia, múltiplas conexões/contatos);

Identificar e apreender a articulação entre escalas, das redes e dos eixos: intra e interurbano; centro do espaço urbano – centro regional e nó da rede urbana. 

Procedimentos metodológicos

Dentre os princípios metodológicos apresentados, destacam-se para a análise do eixo centro, centralidade e rede urbana, a relação qualidade – quantidade: os processos de centralização e de descentralização; identificação e delimitação das áreas centrais (centros e subcentros); número de estabelecimentos – localidade dos mesmos; área ocupada pelo centro, área ocupada pelos shopping centers; classificação dos estabelecimentos (classificação funcional; origem, porte e organização dos capitais).

Os procedimentos terão que atender aos dois momentos: 

1.Para o primeiro - décadas de 1950, 1960: Coleta de dados do IBGE – censos de 1950, 1960, Consulta à Revista Brasileira de Geografia; Enciclopédia dos Municípios e publicações municipais e estaduais; coleta de fotografias e dos jornais a partir da hemeroteca da Biblioteca Nacional.

2. Para o segundo momento - Pós 1990: Censo 1990, 2000 e CNEFE/IBGE (2010), levantamento das atividades econômicas nos centros e nos “novos” centros/ shopping centers. Acrescenta-se a pesquisa nos Estudos de Regiões de Influência das cidades (REGIC), do (IBGE, 1978,1983, 2007), Áreas Urbanizadas do IBGE (2015), Regiões Geográficas Intermediárias e as Regiões Geográficas Imediatas (2017).

Trabalhos de campo

Reconhecimento da(s) área(s) central(is); levantamento do uso do solo nas áreas centrais para averiguar/confirmar a localização dos estabelecimentos econômicos, de serviços, políticos e culturais. Dados primários a serem levantados e sistematizados nas cidades estudadas para elaboração de parâmetros comparativos sobre a recente produção e organização das cidades e suas disparidades regionais e as influências de grandes agentes econômicos que atuem na escala do Brasil. Com base na organização dos centros históricos, centros tradicionais, subcentros, shopping centers etc.

Produção

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