EIXOS TEMÁTICOS

Questões fundamentais a serem enfrentadas

Neste eixo, dedicamo-nos a entender a produção de diferenças como característica mais importante do processo geo-histórico de estruturação das cidades. Trata-se de valorizar a diferenciação socioespacial como aquilo que dá singularidade às cidades ao mesmo tempo em que, no contexto da urbanização capitalista, devemos entendê-la como propulsora da produção de desigualdades.

O foco analítico recai sobre as cidades médias que, neste começo de século, têm experimentado maior articulação às lógicas econômicas capitalistas e, por essa razão, têm se tornado espaços mais desiguais, nos quais há não apenas uma intensificação de processos de diferenciação e segregação, muitos destes já históricos, mas principalmente pelo advento da fragmentação socioespacial como processo de ruptura da solidariedade urbana em termos de práticas de produção e apropriação do espaço, especialmente vinculados a políticas, imaginários e subjetividades neoliberais.

Objetivos neste Eixo

Este Eixo se desdobra nos seguintes objetivos:

1. Analisar em que termos a diferenciação socioespacial se dá como expressão do processo de estruturação das cidades; - identificar a existência e/ou intensificação de processos de segregação socioespacial;

2. Analisar a relação entre aumento da articulação à economia capitalista e a produção de desigualdades socioespaciais;

3. Analisar políticas e práticas neoliberais na produção do espaço urbano;

4. Observar as práticas espaciais dos citadinos e as formas de apropriação do espaço urbano;

5. Esclarecer sob que formas se desenvolve o processo de fragmentação socioespacial.

Procedimentos metodológicos

A análise das contradições dialéticas é elemento de método que conduzirá o Eixo. Para isso, será necessário levantar bibliografia vinculada aos temas e suas articulações assim como aquilo que já foi publicado sobre as cidades escolhidas.

A análise bibliográfica possibilitará a construção de uma leitura de síntese que fundamentará as escolhas metodológicas em termos de levantamentos de dados e informações.

Os agentes de produção do espaço urbano e os sujeitos que dele se apropriam em suas práticas quotidianas são centrais na análise, razão pela qual valorizaremos as entrevistas já feitas e, a partir destas, outras que realizaremos. No que diz respeito às políticas urbanas, consideraremos não apenas entrevistas com agentes que sejam de fundamental importância em sua concepção e execução (prefeitos, secretários, analistas, promotores imobiliários, empresários) como a legislação que dá suporte à estruturação das cidades e sua diferenciação (planos diretores, leis, decretos, normativas).

Também serão considerados outros tipos de documentos que nos possibilitem fazer uma leitura dos temas em questão (textos de jornais e revistas impressos e eletrônicos, blogs, encartes, fôlderes, entre outros).