Cidades médias e ordenamento do território: o caso da Beira Interior

Ao elaborarmos este trabalho, tivemos como central identificar o papel das cidades médias no ordenamento do território e na condução dos processos de desenvolvimento regional e local, em particular, nas regiões periféricas. A presente dissertação estrutura-se em três partes e compõe-se de nove capítulos e conclusão. Na primeira parte, tendo como pano de fundo as principais transformações económicas e sociais e a forma como se repercutiam na evolução do sistema urbano europeu, discute-se o conceito de cidade média. Na segunda parte, identificam-se as principais transformações ocorridas no sistema urbano nacional, verificando-se qual o posicionamento das cidades não metropolitanas.

Simultaneamente, reflete-se sobre a evolução do conceito de urbano e avança-se para uma tipologia baseada nos princípios de “sustentabilidade” e “intermediação” entre os níveis local e global, que procura identificar e caracterizar as cidades médias em Portugal. Na terceira parte, a análise centra-se no estudo de caso, o Eixo Urbano da Beira Interior definido pelas cidades da Guarda, Covilhã, Fundão e Castelo Branco. O seu estudo atende ao tipo de relações que estas estabelecem com os territórios envolventes e com as restantes cidades da região, ao papel dos factores locais e à malha de relações institucionais que servem de base à definição de políticas locais e regionais.

Nos últimos anos, as cidades médias afirmam-se como pólos alternativos às grandes cidades, constituindo-se como elementos fundamentais nos processos de desenvolvimento regional e urbano. Nas regiões menos desenvolvidas a sua importância reforça-se, porque além de serem reconhecidas como pólos de atracção regional, assumem um papel privilegiado na interligação entre as redes locais e globais. No caso nacional, nos últimos vinte anos, as cidades não metropolitanas registraram dinâmicas de crescimento demográfico superiores às áreas metropolitanas, enquanto nos domínios económico, social, cultural e ambiental desenvolveram estratégias próprias, que sustentaram o seu desenvolvimento e o dos territórios envolventes. Por outro lado, o aumento da mobilidade, conduziu a uma reorganização das bacias de emprego e ao estabelecimento de um novo quadro de relações entre as cidades médias e os territórios rurais envolventes.

Notas Bibliográficas

COSTA, Eduarda Marques da. Cidades médias e ordenamento do território: o caso da Beira Interior. Lisboa: Faculdade de Letras de Lisboa, Geografia – Planejamento Regional e Local, 2000 (Doutorado). 456p. Disponível em: http://dited.bn.pt/29348/index.html.
Acesso em: 10 mar. 2009.