Agricultura familiar e desenvolvimento territorial

Neste artigo, o autor relaciona aspectos do padrão de crescimento urbano brasileiro com algumas potencialidades existentes no meio rural, as quais podem ser desenvolvidas quando da intensificação das ligações com as cidades. Mostra que o crescimento urbano recente apresenta ao meio rural novas exigências.

O crescimento das cidades médias especificamente implicaria novas potencialidades ao espaço rural, pois “conforme se diversifica o tecido econômico destas cidades médias, suas demandas com relação ao meio rural também tendem a se ampliar o que abre o caminho para a formação de uma rede territorial que pode estimular atividades variadas no próprio campo” (p. 4). No entanto, esse crescimento das cidades médias em si não representaria redução do nível de pobreza urbana, o que demandaria articulação das forças interessadas no desenvolvimento rural.

Utilizando dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o autor expõe aspectos da complexa relação entre fatores como êxodo rural, crescimento urbano, trabalho e distribuição de renda, no contexto da agricultura familiar. A partir de dois exemplos, um da iniciativa privada e outro da iniciativa pública, ele mostra, por um lado, os limites do agronegócio, enquanto gerador de crescimento econômico que, porém, não leva em conta as condições de vida do agricultor, e, por outro, as potencialidades de políticas de geração de capital social, enquanto expressão de âmbito de desenvolvimento que confere melhor qualidade de vida a ele.

Nas considerações finais, o autor indica o acesso a terra como pressuposto básico para que as ações da sociedade urbana, e do poder público, resultem em desenvolvimento rural. Contudo, ele enfatiza que a população rural deve estar dotada de prerrogativas necessárias para tirar proveito do dinamismo das cidades.

Notas Bibliográficas

ABRAMOVAY, Ricardo. Agricultura familiar e desenvolvimento territorial. Reforma agrária – Revista da Associação Brasileira de Reforma Agrária. v. 28. n. 1, 2, 3 e 29, nº. 1 jan./dez 1998 e jan./ago. 1999. Disponível em – http://www.econ.fea.usp.br/abramovay/artigos_cientificos/1999/Agricultura_familiar.pdf. Acesso em: 18 mar. 2009.